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Os 10 Maiores Astrólogos Védicos de Todos os Tempos
Já se perguntou quais foram os astrólogos mais famosos da antiguidade? A astrologia védica é uma antiga tradição que remonta aos tempos antigos da Índia, com raízes profundas na filosofia védica. Neste artigo, exploraremos os 10 maiores astrólogos védicos de todos os tempos, suas contribuições notáveis e o impacto duradouro que tiveram no campo da astrologia. Prepare-se para embarcar em uma jornada pela pela história destes astrólogos védicos lendários.
1. Brahmagupta
Brahmagupta (século VI), matemático e astrólogo. Ele nasceu em Bhinmal, localizado no noroeste da Índia, no atual estado de Rajastão. Seu pai, Jisnugupta, era um astrólogo e transmitiu todos os segredos da astrologia védica para o jovem Brahmagupta. Ele ocupava uma posição de destaque como cientista no observatório astronômico de Ujjain. Enquanto o zero (0) foi originalmente conceituado por Aryabhata, foi Brahmagupta quem realmente o definiu. Ele visualizou o ‘0’ como sendo tudo e nada ao mesmo tempo. Isso lançou as bases do sistema numérico moderno. Ao contrário de seus predecessores Brahmagupta preferia uma visão geocêntrica do universo.
Os cálculos de Brahmagupta foram baseados na Terra posicionada estacionária no centro do sistema planetário. Ele compilou dois textos astrológicos, nomeadamente Brahma-sphuta-siddhanta e Khandakhadyaka.
No Brahma-sphuta-siddhanta, ele introduziu o conceito de números negativos ou valores que representam dívidas, além de equações lineares e quadráticas. Isso se soma ao seu conceito de ‘0’. No Khandakhadyaka, ele estabeleceu regras fundamentais para longitudes a fim de prever a posição dos corpos cósmicos em um determinado momento. Ele explorou ascensões e configurações, eclipses e equinócios, bem como as conjunções dos planetas.
Suas obras explicaram os comportamentos erráticos dos Planetas em seu movimento pelo zodíaco usando equações matemáticas. Assim como seus predecessores, muitas de suas obras foram traduzidas para o árabe e, posteriormente, para o grego, espalhando-se por todo o mundo védico. Brahmagupta era uma pessoa ortodoxa que preferia manter a ciência enraizada nos textos sagrados, daí sua insistência em um universo geocêntrico e no uso de seres divinos em lugar de planetas e estrelas.
2. Varahamihira
As origens de Varāhamihira têm sido objeto de intensos debates e especulações. Seu pai, Aditya-dasa, provavelmente o instruiu em jyotisha. Alguns acreditam que ele pertencia a uma família de brâmanes do Magadha, enquanto outros sugerem que ele fazia parte do culto Maga de adoração ao sol vindo da Pérsia e absorvido na Índia. Essa dicotomia torna intrigante a busca por suas origens exatas.
A sugestão de que o nome “Varāhamihira” pode ser uma forma sânscrita do nome iraniano “Varaza-Mihr” adiciona um elemento intrigante à sua história. Essa conexão levanta a possibilidade de influências iranianas na vida de Varāhamihira.
Apesar das controvérsias sobre suas origens, Varāhamihira deixou um legado duradouro na astrologia e na astronomia. Seus estudos e obras, como o Brhat-samhita, são testemunhos de seu conhecimento profundo. Sua adoração ao deus sol Savitru e sua devoção a várias divindades, como o próprio sol e Vishnu, lançam luz sobre sua espiritualidade.
3. Swami Sri Yukteswar Giri
Sri Yukteswar Giri (1855 – 1936) um monge e iogue indiano. Ele se destacou como guru de Paramahansa Yogananda e Swami Satyananda Giri. Nascido em Serampore, na região de Bengala Ocidental, Sri Yukteswar era um praticante do Kriya Yoga, bem como um Jyotisha. Além disso, ele era erudito em textos como o Bhagavad Gita e as Upanishads, além de atuar como educador, autor e astrologo. Sua jornada espiritual foi guiada pelo ensinamento de Lahiri Mahasaya, em Varanasi, e ele pertencia à linhagem Giri da ordem Swami.
A contribuição de Sri Yukteswar foi marcada por ideias revolucionárias e polemicas para sua época. Um dos exemplos notáveis é sua dissidência da tradição védica ao afirmar que a Terra não estava mais na era de Kali Yuga, tendo evoluído para a era de Dvapara Yuga. Essa mudança de perspectiva foi embasada em suas observações da precessão dos equinócios.
Além disso, ele introduziu a ideia polemica de que o sol tem uma ‘estrela gêmea’ e que ambos giram em torno um do outro em um período de 24.000 anos, o que explica o fenômeno da precessão dos equinócios. A teoria do companheiro binário do Sol, exposta por Sri Yukteswar em “A Sagrada Ciência”, despertou o interesse de David Frawley, que a aborda em diversos de seus livros. Segundo Frawley, essa teoria oferece uma estimativa mais precisa da idade de figuras históricas indianas importantes, como Rama e Krishna, em comparação com outros métodos de datação que contradizendo a cronologia convencional da história humana.
4. Parameshvara Nambudiri
Parameshvara Nambudiri (século XIV) foi um importante matemático e astrólogo indiano da escola de astronomia e matemática de Kerala, fundada por Madhava. Parameshvara defendia a astronomia observacional na Índia medieval e ele próprio fez uma série de observações de eclipses para verificar a precisão dos métodos computacionais então em uso.
Com base em suas observações de eclipses, Parameshvara propôs várias correções aos parâmetros astronômicos que estavam em uso desde os tempos de Aryabhata. O esquema computacional baseado no conjunto revisado de parâmetros passou a ser conhecido como Drgganita ou sistema Drig. Parameshvara também foi um prolífico escritor sobre assuntos relacionados à astronomia. Pelo menos 25 manuscritos foram identificados como sendo de autoria de Parameshvara.
O sobrenome de Parameshvara era Vatasseri e sua família residia na aldeia de Alathiyur em Kerala. Alathiyur está situado na margem norte do rio Nila em sua foz em Kerala. Ele era neto de um discípulo do astrólogo Govinda Bhattathiri (1237-1295 d.C), uma figura lendária nas tradições astrológicas de Kerala.
5. Mantreshwar
Muito pouco se sabe sobre o autor de Phaladeepika, o astrólogo Mantreswara, é possivel que tenha vivido no século XIII d.C. Ele nasceu como Markandeya Bhattathiri em uma família de brâmanes na aldeia de Panchgiri, no estado indiano de Tamil Nadu. A data exata de seu nascimento e morte não são conhecidas; alguns acreditam que ele viveu no século XIII, enquanto outros sustentam que ele viveu no século XVI.
Mantreswara era um astrólogo e devoto de Sukuntlambika Devi, percorreu lugares distantes na Índia em busca de conhecimento. Ele renunciou ao mundo e faleceu em Tirunelveli; sua data de nascimento e morte permanecem desconhecidas. Sua obra, Phaladeepika, embora muito popular no sul da Índia, ganhou destaque quando sua versão original em sânscrito foi publicada em Calcutá por volta de 1925.
6. Bhāskara II
Sim, o terror do ensino médio era um astrólogo. A sua vida e histórias em torno da astrologia merecem um artigo inteiro a respeito, mas hoje vamos apenas contar o básico sobre este astrólogo proeminente.
Bhāskara II (século XII), também conhecido como Bhaskaracharya II para evitar confusão com Bhāskara I. Ele é o único matemático e astrólogo da antiguidade que foi imortalizado em um monumento. Em um templo em Maharashtra, uma inscrição supostamente criada por seu neto Changadeva lista a linhagem ancestral de Bhaskaracharya por várias gerações antes dele, bem como duas gerações após ele.
Nascido em uma família hindu de brâmanes estudiosos, matemáticos e astrólogos, Bhāskara II liderou um observatório em Ujjain, o principal centro matemático da antiga Índia. Bhāskara e suas obras representam uma contribuição significativa para o conhecimento matemático e astronômico no século XII. Ele foi chamado de o maior matemático da Índia medieval.
O legado de Bhāskara II se estende por séculos, influenciando a matemática e a astronomia até os dias atuais. Seu trabalho preciso no desenvolvimento de um modelo astronômico, com base no trabalho de Brahmagupta do século VII, permitiu a definição precisa de muitas quantidades astronômicas. Suas contribuições para a determinação do ano sideral e outras medições astronômicas mostraram sua profunda compreensão dos fenômenos celestes.
7. Bhāskara I
Bhāskara I (século VII), matemático e astrólogo, destacou-se como o primeiro a utilizar números no sistema decimal hindu-arábico, incluindo o símbolo do zero. Ele e Brahmagupta são dois dos matemáticos indianos mais renomados, ambos fizeram contribuições significativas para o estudo de frações. O livro Mahābhāskarīya é composto por oito capítulos que tratam da astronomia matemática. O livro aborda tópicos como as longitudes dos planetas, as conjunções entre planetas e estrelas, as fases da lua, os eclipses solares e lunares, e o movimento dos planetas.
Escrito em 629 d.C, o livro intitulado Āryabhaṭīyabhāṣya, está entre as obras em prosa mais antigas conhecidas em sânscrito sobre matemática e astronomia. Embora pouco seja conhecido sobre a vida de Bhāskara, suas contribuições substanciais podem ser inferidas a partir de seus escritos. Bhāskara I recebeu sua educação como astrólogo de seu pai.
8. Kalyana Varma
Kalyana Varma (século X), o famoso astrólogo e autor do livro Saravali. Ele foi o rei do antigo reino de Vyaghrapada, que acredita-se estar localizado em algum lugar de Madhya Pradesh. Pelos versos presentes nesta obra, é evidente que ele estudou as obras de Parashara, Varahamihira e Yavana, entre outros astrólogos, e como ele considerou que eram muito sucintas, decidiu elaborar os princípios de forma mais detalhada.
A influência das obras de Kalyana Varma ecoa através das gerações de estudiosos e praticantes da astrologia. Seu desejo de expandir e aprofundar o conhecimento transmitiu um legado duradouro, tornando-o um dos pilares fundamentais no desenvolvimento do estudo astrológico.
9. Gautama Siddha
Gautama Siddha (século VIII), matemático e astrólogo, é conhecido pela compilação do “Tratado de Astrologia da Era Kaiyuan” durante a dinastia Tang, na China. Nascido em Chang’an, sua família era originalmente da Índia, conforme uma estela funerária descoberta em 1977 em Xi’an. A família Gautama provavelmente se estabeleceu na China ao longo de várias gerações e pode ter estado presente na China mesmo antes da fundação da dinastia Tang. Sua contribuição mais notável foi a tradução do calendário Navagraha para o chinês. Ele também introduziu os numerais indianos com zero (0) em 718 d.C. na China, substituindo as varas de contagem.
O legado de Gautama Siddha perdura através de suas contribuições para a astronomia, astrologia e matemática. Sua capacidade de unir tradições culturais e compartilhar conhecimento entre diferentes civilizações desempenhou um papel fundamental no enriquecimento do patrimônio intelectual da China.
10. Potuluri Veerabrahmendra Swami
Potuluri Veerabrahmendra Swami (século XVI), foi um santo que viveu na região de Kadapa, Andhra Pradesh. Ele é especialmente reconhecido em Andhra por sua obra Kalagnanam, um livro de previsões escrito em Telugu por volta do século XVI. Suas profecias registradas em Kalagnanam incluem os Govinda Vakyas e Jeevaikya Bodha, muitas das quais se mostraram corretas ao longo do tempo.
De acordo com uma lenda, Veerabrahmendra nasceu de um casal religioso, Paripurnayacharya e Prakruthamba, na aldeia de Brahmandapuram. O casal abandonou Swamy ao nascer, e Veerambrahmam foi criado em um Ashram, perto de Kashi (atual Varanasi). Mais tarde, Veerabhojayacharya, o um lider de Chikballapur, Karnataka, estava em uma peregrinação com sua esposa. Eles visitaram o Ashram, e o Sábio Atri deu a criança ao casal. Eles receberam a criança como um presente divino e voltaram para casa. Veerabrahmendra Swamy, escreveu o Kalikamba Sapthashathi, um manuscrito em louvor à deusa Kali, aos 11 anos de idade.